A retomada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos já está moldando o cenário global, impactando diretamente a economia brasileira. Sua administração voltou a adotar uma abordagem mais protecionista, priorizando a indústria americana e revisando acordos comerciais, o que pode dificultar o acesso de empresas estrangeiras ao mercado dos EUA. Diante dessa nova realidade, a diversificação de mercados torna-se essencial para as empresas brasileiras que desejam reduzir riscos e garantir competitividade.
Os Estados Unidos continuam sendo um dos mercados mais dinâmicos do mundo, e estados como Califórnia e Texas se destacam como polos estratégicos para negócios internacionais. O PIB da Califórnia atingiu aproximadamente US$ 4,1 trilhões em 2024, tornando-se a quarta maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Alemanha, segundo dados do Bureau of Economic Analysis (BEA) dos Estados Unidos (Business in Texas). Já o Texas registrou um PIB de cerca de US$ 2,6 trilhões, superando o do Brasil, que foi de US$ 2,127 trilhões no mesmo período, conforme estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Esses números demonstram que alguns estados americanos, isoladamente, possuem uma economia superior à de países inteiros, tornando-se mercados estratégicos para empresas brasileiras que buscam expansão internacional.
As oportunidades de internacionalização, no entanto, vão além dos Estados Unidos. A China e a União Europeia continuam ampliando a demanda por commodities e produtos manufaturados, enquanto países da América Latina oferecem novas possibilidades de investimento e parcerias comerciais. Empresas que já adotaram essa estratégia, como Minerva Foods e JBS, fortaleceram sua presença internacional, garantindo acesso a mercados estratégicos e maior estabilidade financeira diante das incertezas políticas e econômicas.
A digitalização e o comércio eletrônico também impulsionam a internacionalização. Empresas como Havaianas e Natura expandiram sua atuação global, aproveitando plataformas digitais para alcançar consumidores em mais de 100 países. No setor de tecnologia, Nubank e Ebanx consolidaram sua presença na América Latina, mostrando que a internacionalização não está restrita a indústrias tradicionais, mas também a serviços financeiros e inovação digital.
Apesar das oportunidades, expandir operações para o exterior exige planejamento estratégico. Barreiras regulatórias, concorrência local e volatilidade cambial são desafios que precisam ser considerados. Empresas que buscam crescimento sustentável devem avaliar as melhores estratégias de entrada, seja por exportação direta, abertura de filiais, parcerias estratégicas ou aquisições de empresas locais. A Embraer, por exemplo, fortaleceu sua presença nos Estados Unidos, Portugal e China, enquanto a Stefanini ampliou sua atuação na Europa e nos EUA por meio da aquisição de empresas estabelecidas nesses mercados.
Diante das incertezas geradas pela nova administração americana, contar com uma presença global torna-se um fator decisivo para a competitividade. Empresas que diversificam seus mercados não apenas reduzem riscos, mas também garantem maior estabilidade e crescimento sustentável. A capacidade de adaptação e inovação será essencial para que as empresas brasileiras se posicionem de maneira sólida no mercado internacional.
No entanto, o processo de internacionalização envolve uma série de questões jurídicas e estratégicas que exigem conhecimento técnico especializado. A escolha da estrutura societária ideal, a adaptação à legislação estrangeira e a obtenção de incentivos fiscais são etapas fundamentais para o sucesso da operação. Para isso, contar com um escritório especializado em internacionalização pode ser a diferença entre uma expansão bem-sucedida e dificuldades inesperadas. Escritórios de advocacia e consultorias especializadas auxiliam empresas na elaboração de um planejamento sólido, garantindo segurança jurídica, conformidade regulatória e eficiência tributária, facilitando a transição para novos mercados e possibilitando uma operação sustentável a longo prazo.